sábado, 5 de junho de 2010

depois daquele encontro ...























(desenho de luxalt.blogspot.com)


Eram umas 10 da manhã por aí, segundona, levanto sempre sonolenta e mal humorada ... só de pensar em ir pra Escola participar de reunião de professores ao meio dia e meio, ja me dá gastura ... pois bem ... acendi o companheiro esfumaçante e fui pro banheiro ... sentei na privada, fiz o que tinha que ser feito ... lógico, pela manhã ainda, sempre gasto alguns minutos a mais sentada achando que estou dormindo ainda ... tragava e soltava ... tragava e soltava ... toda fumaça me consumiu e como um laxante consegui me livrar dos restos que me prendiam. Normal né? até ai tudo certo ... como todos os dias, todas as pessoas ... NÃO! Nada de normal ... levantei pra dar descarga e um ser avermelhado de aproximadamente 20 centimetros se esperneia querendo saltar do vaso sanitário ... MEU DEUS O QUE É ISSO? AAAAAAAAAAHHHHHHHHH!!!!!!  FUI EU? É UM VERME? SOU EUUUUU!!!! EU CAGUEI UM VERME VIVO!!!!
Não gritei ... pensei rapido e dei descarga ... e lá se foi um pedaço de mim, pensei ... mas como consegui fazer ele sair vivo e saltitante de dentro de mim, geralmente os vermes saem mortos, geralmente eles nem saem de nós, ficam lá pra sempre, é o lugar deles, onde eles conseguem viver ...
Na hora que ele olhou pra mim com antenas e várias perninhas, eu quase que deixei ele ficar ali por mais algum tempo, queria observar aquilo que achava ser um pedaço meu. Nosso encontro foi tão rápido. Apertei a válvula enquanto o coração pulsava rápido. Não estava sozinha, não quis acordar ninguém, até ensaiei um grito antes de tudo, mas pensei rápido como num disparo de arma e fomos embora.
Eu soltei um verme vivo. A imagem dele na privada me perturbou cada minuto do dia. Era estranho, me senti estranha, não fazia nem mais xixi, nem mais cocô. Não fui mais no banheiro, tinha medo de fazer qualquer tipo de força ... COMO AQUILO DAQUELE TAMANHO EXISTIU EM MIM??? ... Não me sentia mais tão humana, é como se outro ser fosse eu, ou eu fosse nele. Quando se trata de seres da mesma espécie, aí tudo bem, como uma gravidez. Mas se ver fisicamente em um ser de outra espécie? Olha, confesso que senti até certa compaixão por aquele verme, aquele que não era eu, aquele que estava em mim. Me reconheci nele. Lembrei o dia todo de Gregor Samsa, o que ele sentiu quando se viu fisicamente em outro ser, de outra espécie, a barata. Eu, o verme! Minhas reflexões foram além. A putrefação da carne, o que seria a mutação do meu corpo depois quando não tiver mais vida, se não a construção de outra coisa? Outra vida, em outra forma. O grande protagonista disso seria meu verme, eu mesma, nós, nos transmutando em algo diferente. Eu, me tornando outra coisa e meus vermes se transformando comigo... completa simbiose. 
De noite, conversando com meus amigos em casa, descobri que não era um verme. Não era nada que teria saído de minhas entranhas, nem mesmo da imaginação sonambólica do meu amanhecer. Era uma lacraia grande que deve ter caído dentro do vaso sanitário.
 ERA UMA LACRAIA????
Não acreditoooooo!!!!!
Maldita, ela quase queimou minha bunda!!!!





6 comentários:

Kaos Z disse...

ahhhh adorei!!!!

Son disse...

Verma que pariu! Muito bom! Muito bom mesmo. Heheheheh. Amei amei e amei!

:****

vinicius disse...

virá por aí talvez um novo "seu girino"! vc desenha? :*

Dreamer disse...

Rsrs...muito bom...vc conseguiu transformar aquela tensão numa coisa muito bacana...
Bjo
^^

Cléo Oliveira disse...

valeu pessoal ... que bom que gostaram ... esse texto foi mais uma forma de expulgar a aflição que me deu na situação que estava passando ... assim que me acontecer coisas inesperadas eu conto por aqui novamente.
Um beijo em todxs ...

Sati Sukalpa disse...

Cléooooooooo
como eu não tinha lido isso meusdeuses hauhauauh menina como assim?
se tem certeza q era uma lacraia? Tem q ir no médico
haua
Nossa um puta de um bom texto, se não fosse autoral ia ser mais loco ainda mas é loco do mesmo jeito meninaa to passadaaaa hahah

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