quinta-feira, 7 de abril de 2011

Clarice Lispector in Aprendendo a Viver



Então isso era a felicidade. De início se sentiu vazia. Depois os olhos ficaram úmidos: era felicidade, mas como sou mortal, como o amor pelo mundo me transcende. O amor por essa vida mortal a assassinava docemente aos poucos. E o que é que se faz quando se fica feliz? Que faço da felicidade? Que faço dessa paz estranha e aguda que já está começando a me doer como uma angústia e como um grande silêncio? A quem dou minha felicidade que já está começando a me rasgar um pouco e me assusta. Não, ela não queria ser feliz. Por medo de entrar num terreno desconhecido. Preferia a mediocridade de uma vida que ela conhecia. Depois procurou rir para disfarçar a terrível e fatal escolha. E pensou com falso ar de brincadeira: “Ser feliz? Deus dá nozes a quem não tem dentes.” Mas não conseguiu achar graça. Estava triste, pensativa. Ia voltar para a morte diária.


3 comentários:

gabriel ardanuy disse...

happiness is a warm gun!! =**

Son disse...

Esta morte diária é um perigo, principalmente para nós que desfrutamos tão pouco da bebisse da vida, o preço, talvez, de nos tornamos sóbrios a esta realidade de merda é a esta morte. Cabe a nós, acredito eu, vivermos bêbados, embebidos em outras cachaças. Talvez a paixão...

;*

Unknown disse...

A felicidade ela vem de varias maneira,as vezes vem atravez de alegrias,e tristeza tambem.o que seria uma felicidade triste?.
Seria aquela que tanto faz vc chora, mais quando se damos por si descobrimos estamos buscando o imposivel.Felicida é como uma rosa ela tem ser cuidade com amor e muita paciencia,pois ela tem seu circulo de vida e que devemos respeita cada passo,a felicidade é assim temos que respeita ela da maneira que ela se começa.

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