domingo, 15 de janeiro de 2012

O árduo exercício de compartilhar mundos.



O grande barato da vida é compartilhar. 
Quando você compartilha suas experiências, vivências, gostos, modo de vida e história com outras pessoas, pessoas novas e diferentes de você, consequentemente você expande seu pensamento; sua vida ganha novos horizontes e você acaba não se sentindo sozinho no mundo. 
Compartilhar é ceder, é doar e receber, é construir a partir disso, é somar, multiplicar. Oferecer sua atenção ao que o outro tem a partilhar, e vice-versa. Observar outro ponto de vista. 
Pra que o compartilhamento de vidas aconteça é preciso respeitar o que o outro tem a contar, a expor. É muitas vezes esperar; respeitar o momento de se colocar. 
É um exercício diário pensar que podemos nos permitir e construir a partir da junção de experiências já vividas. Poxa, o mundo é tão grande! 
Quando existe a empatia, o que facilita na comunicação, o compartilhamento se faz mais suave, não esbarra tanto na vaidade humana. A grande dificuldade é compartilhar deixando de lado as competições morais, sociais, existenciais, ideológicas, emocionais. 
Construímos e foi construído em nós certas barreiras, como se fossem fronteira, onde só podemos interagir com os nossos mesmos, com o familiar, com o que conhecemos. Talvez porque em algum momento da vida fomos "longe demais" e nos perdemos no processo, nos ferimos em algum obstáculo, em alguma diferença imposta e criamos escudos. 
Aí voltamos e ficamos cercados no que nos protege, ou seja, nosso mundo já construído, nossa memória, nossas relações estabelecidas. O medo de ir, de se permitir, de se colocar junto ao outro faz com que permaneçamos, fincados na nossa moral. Que graça tem a vida?
Compartilhar é interação. É conhecer e vivenciar as coisas novas a partir das experiências vivenciadas. 
Sair do meu mundo e conhecer o mundo do outro. Quando eu voltar pro meu mundo com certeza voltarei modificado e isso me faz ser outro, ser um ser somado e não apenas ter o outro, dominar o diferente. 
Tava aqui refletindo sobre a antropologia, e o significado existencial dela na minha vida.Não como disciplina, que nasceu pra dominar, mas o que vivenciar o outro implica naquele quem se dispõe a isso. Viver antropologicamente é um exercício de sabedoria.  Espero viver mais antropologicamente daqui pra frente. 
A qualidade das vidas só tende a crescer.
Bom final de domingo
Saudade desse espaço, vou voltar mais vezes
Kiu! 

Nenhum comentário:

Linkwith

Related Posts with Thumbnails