terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Flores do Pantano! - Lótus

"A Flor de Lótus, embora frágil, supera todos os obstáculos para desabrochar suas pétalas quando iluminada pelo sol da manhã e, em total entrega, irradiar o seu perfume."


O lótus é uma planta que nasce em ambientes alagados (aquática) e até mesmo na lama. É uma planta da família das ninfáceas, mesma família da vitória-régia da Amazônia. Seus caules e raízes ficam submersos enquanto suas flores flutuam sobre as águas, sua temperatura é em torno de 35 graus e suas folhas são autolimpantes, isto é, repelem sozinhas os microorganismos e a poeira.
A flor-de-lótus (Nelumbo nucifera) é também conhecida como lótus-egípcio, lótus-sagrado e lótus-da-Índia. A espécie Nymphaea lotus se apresenta com grandes folhas circulares (parecem pétalas) e flores solitárias brancas ou levemente rosadas que podem chegar a 25 cm de diâmetro. A flor floresce na primavera e fica aberta somente dois dias, quando perde as pétalas durante a noite, deixando o fruto à mostra. O fruto é decorativo e, quando maduro, guarda em suas cavidades sementes comestíveis. A flor exala um perfume suave e é ótima para ser usada em ikebanas e arranjos florais.

Não é uma planta de fácil plantio e deve ser plantada, preferencialmente, em laguinhos e espelhos d'água. Para se desenvolver, requer sol pleno a maior parte do dia, sendo muito sensível a geadas. Quando cresce, é muito rústica, quase não dá trabalho, pois não precisa ser regada.
A flor-de-Lótus pode também ser plantada em vasos por sementes ou por divisão de rizomas. Ela necessita de podas apenas dos ramos secos, doentes ou mal formados, mas exige adubação pelo menos uma vez por ano, que deve ser feita com torta de mamona, esterco bem curtido ou humus de minhoca.

Originária da Índia e muito conhecida no Oriente, a planta foi levada pelos egípcios ao Ocidente, no século IV a.C. Os gregos foram os primeiros a plantar a flor-de-Lótus que, rapidamente, conquistou a Europa. Por causa de sua suave beleza, é uma flor que serve de inspiração para diversos artistas plásticos. Nas gravuras indianas, os deuses costumam aparecer em pé ou sentados sobre a flor. São assim, por exemplo, as representações do deus-elefante Ganesha, de Lakshmi, a deusa da prosperidade, e de Shiva, o criador e destruidor.


Ganesha

Lakshmi

Shiva

A flor-de-Lótus é cultuada por vários povos asiáticos como uma flor sagrada, é considerada o símbolo da pureza e da perfeição e tem várias versões quanto ao seu "nascimento".
No Japão, por exemplo, ela é tão admirada que, quando chega a primavera, o povo costuma ir aos lagos para ver o botão se transformando em flor.
Os hindus a relacionam com a criação do mundo. De acordo com a mitologia hindu, essa flor saiu do umbigo do deus Vishnu e dela teria se originado o deus Brahma, criador do universo.
Uma outra lenda oriental relata que o lótus é a união de quatro irmãos; a terra, o fogo, a água e o ar, que sentados à beira de um lago resolveram criar algo que simbolizasse suas diferenças e independências reunidas harmoniosamente, para que servisse de exemplo para o homem que não estava valorizando a vida. Assim nasceu o lótus, surgindo de águas lodosas (pântanos).
Já outra versão budista conta que Buda, ao tocar o solo e dar os primeiros sete passos, sete flores-de-Lótus cresceram, simbolizando um ato de expansão espiritual que é representado pela flor completamente aberta. A expansão espiritual também está relacionada com a consciência humana que, como a flor-de-Lótus, surge dos pântanos, desabrocha e se expande completamente acima das águas.

O lótus foi trazido para o Brasil pelos primeiros imigrantes japoneses e é hoje muito cultivado na região de Bragança Paulista, interior de São Paulo, com finalidade medicinal. A planta é consumida principalmente como chá por possuir qualidades terapêuticas que vão desde a cura de doenças nos rins e pulmões, até o combate do stress e da insônia, dependendo da "família" do lótus.
O lótus-do-Egito (Nymphaea alba), por exemplo, é diurético, ajudando no tratamento das doenças das vias urinárias, tem propriedades sedativas e é capaz de curar feridas. O lótus-magnólia (Nymphaea alba/Magnolia grandiflora) é usado para tratar paralisias, fortalecer o estômago, o pulmão e o intestino grosso. Facilita a digestão, combate a febre, a diarréia aguda e viroses.

2 comentários:

Kaos Z disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Kaos Z disse...

quando cresce é muito rústica e quase não dá trabalho... não precisa ser regada...

adorei

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