terça-feira, 9 de março de 2010

Fotos: Retalhos de mim / Poema: Espelho (Sylvia Plath)



                                          Espelho





Sou prateado e exato. Não tenho preconceitos.
Tudo o que vejo engulo imediatamente
Do jeito que for, desembaçado de amor ou aversão.




                                             Não sou cruel, apenas verdadeiro -
                              O olho de um pequeno deus, de quatro cantos.
                     Na maior parte do tempo medito sobre a parede em frente.




                                            Ela é rosa, pontilhada. Já olhei para ela tanto tempo,
                        Eu acho que ela é parte do meu coração. Mas ela oscila.
                            Rostos e escuridão nos separam toda hora.





                             Agora sou um lago. Uma mulher se dobra sobre mim,
                       Buscando na minha superfície o que ela realmente é.
                Então ela se vira para aquelas mentirosas, as velas ou a lua.





                                     Vejo suas costas, e as reflito fielmente.
                   Ela me recompensa com lágrimas e um agitar das mãos.




   Sou importante para ela. Ela vem e vai.

   

                                
                          A cada manhã é o seu rosto que substitui a escuridão.
                 Em mim ela afogou uma menina, e em mim uma velha
          Se ergue em direção a ela dia após dia, como um peixe terrível.



7 comentários:

Alisson da Hora disse...

Impossível não lembrar do poema da Sylvia Plath:

Espelho

Sou prateado e exato. Não tenho preconceitos.
Tudo o que vejo engulo imediatamente
Do jeito que for, desembaçado de amor ou aversão.
Não sou cruel, apenas verdadeiro -
O olho de um pequeno deus, de quatro cantos.
Na maior parte do tempo medito sobre a parede em frente.
Ela é rosa, pontilhada. Já olhei para ela tanto tempo,
Eu acho que ela é parte do meu coração. Mas ela oscila.
Rostos e escuridão nos separam toda hora.

Agora sou um lago. Uma mulher se dobra sobre mim,
Buscando na minha superfície o que ela realmente é.
Então ela se vira para aquelas mentirosas, as velas ou a lua.
Vejo suas costas, e as reflito fielmente.
Ela me recompensa com lágrimas e um agitar das mãos.
Sou importante para ela. Ela vem e vai.
A cada manhã é o seu rosto que substitui a escuridão.
Em mim ela afogou uma menina, e em mim uma velha
Se ergue em direção a ela dia após dia, como um peixe terrível.

Unknown disse...

maravilhoso ... posso coloca-lo nessa sessão? xD
um beijo :*
Cleo

Sati Sukalpa disse...

Não sei se mandei o comentário q fiz antes ou não rssr me distrai ahha.
Se não não me importo em dizer de novo!
MARAVILHOSOOO!! PROFUNDO! ficou perfeito com o poema!!
me tocou!

Cléo Oliveira disse...

:**************
tenho grandes inspirações pra que essas coisas possam surgir, e vc sabe que é uma delas minha flor pantaneira! valeu!

Alisson da Hora disse...

^^ ficou ótimo, minha querida... lindo demais!

=****

Kaos Z disse...

aaahhhh! demais!

O Neto do Herculano disse...

Gostei bastante das imagens desse espelho partido: fortes, viscerais, instigantes.

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