sexta-feira, 23 de abril de 2010

Palestra: Mítos, Ritos e Símbolos - em busca de significados - Robert Walter




Olá pessoal! Espero que estejam bem ... 
Ultimamente coisas estranhas tem acontecido dentro desse presente que ando vivenciando. São estranhas não pensando pejorativamente, pelo contrário, estou cada vez mais estranhada comigo, com os meus pensamentos e sentimentos, atividades que ando participando, pessoas, cheiros que venho apreciando, momentos, surpresas e acasos, desenhados no meu cotidiano. Quando me estranho, me reconheço! Paradoxo? Sei lá viu! 
Segunda-feira que passou tive a oportunidade de assistir uma palestra. Quem ministrou foi um americano chamado Robert Walter, que faz parte da Joseph Campbell Foundation. Essa fundação deve seguir os métodos de estudo sobre mitos e símbolos do Joseph Campbell. Pois bem, a palestra na ocasião levava o nome de Mitos , Ritos e Símbolos - em busca de significados. Extranho? Achei no mínimo curioso. 
Confesso que esperei outra coisa quando cheguei e comecei a prestar atenção na palestra. Esperei chegar lá e dar de frente com mitos tradicionais, ouvir falar de Perséfone, Iemanjá, Eros, Baco, Saci Pererê, qualquer coisa, em que já tivesse alguém definido um determinado "personagem". Quebrei a cara!
A palestra vai, o tal Robert Walter, anda e perambula pelo espacinho daquele anfiteatro que lhe ofereceram, tropeça no banquinho, trupica toda hora; e de repente solta essa: " Os mitos estão vivos, os mitos não estão mortos, nós estamos vivos, nos produzimos mitos a todo momento." E ... confesso pela segunda vez caros amigos, que recebi uma lufada de reconhecimento próprio, de como ser história, e, o sentido que o mito, em cada cabeça humana, pode e deve cumprir determinadas "funções", enquanto somos seres, enquanto estamos vivos e temos a capacidade de "pensar" e fazer caminhar essas nossas criações. Sabe porque? talves, por que a matéria é inconstância, impermanente. 
De maneira bem chula e simplificada, aquele senhor com "brinco de cruzinha" e cabelos grisalhos, mostrou na sua apresentação. Sim, de certa forma eu já sabia mais ou menos o que é um mito, o que é um símbolo, um ritual etc etc etc. Sabia que mitos são estórias criadas por seres bípedes, às quais se baseavam em diferentes inquietações, tanto concretas e "reais" quanto de existência e metafísica. A questão é: Nós, esses seres, por vezes e mais vezes estúpidos e ignorantes, somos os "unicos" animais (apesar de achar que cada animal ou ser vivo tem seu modo cognitivo - sabe-se lá qual, cada um sabe o seu - de ser e de "pensar") que criam estórias à todo momento. Tudo para dar sentido a existência? É, queridos, mesmo assim eu tinha me esquecido disso. Me esqueci de que crio e imagino, que faço estórias e não somente história, e que essas se conectam com as estórias das outras pessoas. Você alguma vez pensou sobre isso? Se esqueceu de pensar sobre as coisas que você cria na cabeça? A estória que só é contada para você mesmo?
Passei a olhar minhas memórias, meus pensamentos, minha mente. Percebi que quando me dei conta do que é pensar sobre os mitos que a minha mente produz, e ver esses sendo vivenciados no mundo e em mim , confesso pela terceira vez, paciente leitor, que me senti mais responsável. Clichê? pode ser! Auto-ajuda? Todos nós precisamos de uma "forcinha". 
Um beijo em todos, durmam bem!

2 comentários:

Son disse...

Nossa tru, fiquei curiosão!!! Queria ter participado.

Beijos

Kin disse...

Realmente é incrível a nossa capacidade de mitificarmos o mundo. Nós mesmos, os outros, tudo vira história criada, somos os personagens da mente alheia, e quando se trata de nós mesmos pra nós mesmos, necas de pitibiriba, continuamos sendo história pra nós mesmos, talvez seja por isso que o velho clichê filosófico: "Quem somos nós!" continue sendo tão confusamente destruidor e criativo.

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